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Capa de Revista e Padrões de Beleza

  • Foto do escritor: Ivy Santiago
    Ivy Santiago
  • 11 de jun. de 2020
  • 2 min de leitura

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Ultimamente analisar o padrão estético proposto pela mídia de moda e seus efeitos na percepção feminina de beleza, tem sido uma das minhas atividades favoritas.


Sempre fui ligada à moda, desde os meus 10 anos consumindo capricho, toda teen, Glamour, Vogue, Marie Claire. E o fato de não me sentir presente naquilo me incomodou durante anos. Mas eu jamais culpava a mídia, eu me culpava por não ter aquele corpo magro, e aquelas roupas de grife. Eu aos 14 anos me comparava com aquelas mulheres e a cada nova capa e nova matéria sobre sucesso na carreira eu me sabotava. Mas durante todo esse tempo eu jamais me questionei o porquê daquelas mulheres sempre iguais nas capas, enquanto ao meu redor as pessoas estavam longe daquele tipo de beleza, mesmo com a busca constante pra ter aquele corpo.


Desde a década de 70, coincidência ou não, época em que a revista Vogue chega ao Brasil, vivemos na sociedade da lipofobia, em que a gordura, elemento nocivo à beleza, precisa ser expulsa dos corpos. E a mídia exerce papel fundamental da divulgação dessa sociedade exibindo e exaltando corpos magros em toda parte. Com isso começou uma nova onda, a eliminação das singularidades pessoais a favor da padronização estética. A moda, através da mídia especializada nos alerta o tempo todo sobre os perigos de não estar enquadrada nesse padrão. A partir disso, os corpos que fogem desse padrão simplesmente deixaram de existir, pelo simples fato de não serem reconhecidos.


E o seu sonho Ivana de aparecer na capa de uma revista como fica? Ele continua aqui no meu coração cheio de esperança, que a moda continue evoluindo como uma forma de expressão e que todxs as pessoas tenham acesso independente dos seus corpos. As coisas estão lentamente evoluindo e eu fico feliz em acompanhar isso. Hoje com o crescimento das redes sociais eu percebo o quão importante é essa representatividade para todas as mulheres que foram esquecidas pela mídia. E cá estou eu com meu 1,55 cm,80 kg, em um manequim 46 buscando espaço em lugar que sempre me negou, com a esperança de que pessoas e sonhos como o meu possam mudar a maneira que a mídia e a moda se porta em relação ao nosso corpo.


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